O Poço de Ouro do Rio Abaixo
No começo de 1800, não existia banco e os coronéis guardavam em baús os seus bens. Eram moedas de ouro, prata e cobre, jóias, pedras preciosas e os dotes das filhas.
Mas não bastava guardar o tesouro, ele precisava ser muito bem escondido. E um dos melhores esconderijos da época era dentro da parede de um poço.
Certa feita, um fazendeiro muito rico do Rio Abaixo mandou seus escravos cavarem um buraco na parede de um poço e depositarem lá o seu baú.
Mas o fazendeiro perverso, com medo de que os escravos contassem o mapa do tesouro ou até mesmo roubassem suas riquezas, mandou sacrificar um por um. E todas as maldições caíram sobre a cabeça desse senhor de escravos.
Dia após dia, ele minguava até ficar fraco, amarelo e sem pêlos no corpo, parecendo um Corpo Seco. Sua voz foi sumindo e ele passou a andar com duas bengalas.
Os negócios desandaram e ele perdeu muitas propriedades que tinha.
Até que veio uma grande cheia no Paraíba. As águas do poço subiram e começaram a aparecer as moedas de ouro do seu baú.
Soltando fogo pelas ventas, o fazendeiro mandou um escravo mergulhar no poço e atar uma corda na arca. Ordenou aos outros que preparassem os animais de carga para puxar seu baú do tesouro, antes que as águas levassem tudo. Mas na escuridão do poço, o escravo se atrapalhou com as cordas e morreu afogado.
Nesse momento, o céu ficou preto, cortado por trovões e caiu um temporal muito feio. E tudo foi puxado pra dentro do buraco, os escravos, os cavalos, os burros e o fazendeiro. O poço tragou tudo.
Depois desse infortúnio, dizem que muitos se aventuraram a procurar o tal tesouro do Rio Abaixo, mas até hoje ele não foi encontrado.
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